Foto: Tiago Melo / Bahia Notícias
O edital para credenciar grupos de inspeção de elevador, que teve “graves irregularidades” encontradas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM),
“nunca foi colocado em prática”. A afirmação é do ex-titular da
Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município
(Sucom), Cláudio Silva, e do assessor jurídico na época, Jonas Ferraz.
Ambos garantem que o processo foi elaborado durante a gestão da
ex-superintendente Kátia Carmelo, mas preferem não apontar se houve ou
não irregularidade. “Quero refutar qualquer possibilidade de
favorecimento. O edital não foi elaborado na minha gestão, foi na
anterior, da secretária Kátia Carmelo. Assumi o cargo com o procedimento
já marcado e ele foi seguido à risca. Duas empresas foram credenciadas e
houve questionamento quanto à necessidade de horas mínimas para o
credenciamento”, explicou Cláudio Silva, em entrevista ao Bahia
Notícias. O assessor dele detalhou os dois principais problemas
apontados pelas empresas Elevador Atlas Schindler e Thysenkrupp
Elevadores: exigência mínima de 5 mil horas de experiência – sendo uma
hora para inspeção em cada equipamento – e cobrança de R$ 642 pela
inspeção. Segundo Jonas, o edital previa a validade da taxa, que não era
e “nunca foi” praticada pela Sucom, que continuou responsável pela
fiscalização “sem cobrar nada”. “As empresas se sentiram prejudicadas,
pois poucas teriam capacidade de inspecionar 5 mil elevadores, uma
exigência que seria difícil de ser cumprida”, completou Jonas.
Foto: Maiana Marques/Bahia Notícias
Após ser questionado pelas empresas, o edital foi suspenso pela
Justiça, mas o ex-superintendente assume que pode ter “errado ao não
enviar a decisão judicial para o TCM, que foi cumprida pela Sucom”. “Se o
número de horas revisto foi julgado excessivo, é uma decisão do TCM”,
ressaltou. O assessor preferiu não se posicionar sobre as “graves
irregularidades”, na avaliação do TCM. “Não posso afirmar que era
irregular, não sei. Mas a Justiça entendeu”, disse. Na época, Ferraz
estima que havia mais de 50 mil elevadores na capital baiana. A cobrança
da taxa para inspeção foi determinada através de um decreto, algo
também questionado pelas empresas, que alegam a necessidade de tal taxa
ser estipulada em lei. De cada cobrança de R$ 642, as empresas teriam de
repassar um porcentual para a gestão municipal. O credenciamento
proposto por Kátia Carmelo serviria para que as empresas realizassem a
verificação em nome da Sucom, que possui “poucos fiscais”, segundo
Silva.
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