Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Saúde
Coletiva (ICS), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), mostra que o
Bolsa Família reduziu em 17% a mortalidade de crianças menores de 5
anos, entre os anos de 2004 e 2009, em cidades brasileiras com ampla
cobertura do programa de transferência de renda do governo federal. Foram
analisados dados referentes à mortalidade infantil em 2.853 locais, que
representam mais de 50% dos municípios do país, que hoje tem 5.565,
conforme dados do último Censo do IBGE, de 2010. Os resultados da
pesquisa foram publicados na revista científica The Lancet. Para
o estudo, a cobertura do Bolsa Família foi relacionada com os
diferentes desfechos utilizando modelos matemáticos que isolassem os
efeitos do programa dos efeitos de outras intervenções ou mudanças
socioeconômicas. As análises finais foram feitas sobre os municípios com
melhor qualidade das informações de mortalidade.
O
pesquisador italiano Davide Rasella, autor do estudo, explica que o
efeito é positivo porque o programa possibilitou à população mais
condições de alimentação, moradia e qualidade de vida, o que ajudou a
reduzir doenças relacionadas diretamente com a pobreza, em especial
diarreia e desnutrição infantil. "A
transferência de renda, mesmo que em valores pequenos, pode ajudar
pessoas em situação de extrema pobreza ou pobreza a melhorar a
quantidade e a qualidade da alimentação. As famílias passam a ter também
acesso a produtos de limpeza e farmacêuticos", detalha, sobre o estudo,
que teve como variável de pesquisa o Programa de Saúde da Família
(PSF).
Nenhum comentário:
Postar um comentário